domingo, dezembro 26, 2004

Bem, são quase meia-noite dessa tão agradável noite que antecede minha viagem para a praia. É curioso a ansiedade que bate logo antes de se retirar de casa para uma viagem, por mais corriqueira que ela seja, como essa para a praia; coisa tão comum... Mas agora, tentando esquivar-me da irritação que a família me cria hoje, e assistindo um pouco de TV, e de repente, uma pergunta surge na tel... pergunta muito pertinente, visto que é fim de ano e continua a questão de auto-análise: O QUE ESTOU FAZENDO AQUI?
Sabe? Eu costumo me perguntar isso... afinal, eu não tenho a menor idéia. Acho que essa questão pode simbolizar a balança de fim de ano... E qual a balança? Bem... eu estava esboçando-a, mas notei que seria muito fútil enumerar tantas coisas... quem estava, está ou de alguma forma tem acesso a mim sabe do que eu falo... Mas eu não sei avaliar a realidade dessa balança... ganhei por um lado, mas perdi muito por outros... perdi amigos; chutei amigos; excluí amigos... selecionei muito bem amigos. Esse processo dá crises de solidão, e ninguém é capaz de entender o que se passa com a gente... Acho que essa seleção natural faz parte do meu processo "Vai a Merda", também definido e posto em prática esse ano. Simplesmente 2004 foi o ano do EU. EU descobri que EU tenho que travar as minhas batalhas; EU tenho que assumir quem EU sou e mandar todos aqueles que não são EU a merda, porque se EU não souber o que é melhor para mim, ou quem EU sou, ninguém o saberá. Sabe? Confiança é algo que poucos têm na gente, e raramente a gente tem na gente mesmo. Digo isso porque eu descobri uma face minha (para resolver meus quesitos sitados acima) que se dispõe a pessoas novas; os novos saberes, as novas gerações, as novas culturas... tudo me encanta. E me chocou muito ver nessa nova geração, nesses amiguinhos (meus sete anões de 1m80cm) uma confiança em cima de mim, que eu nunca recebi nem tive. É difícil lidar com críticas de desconhecidos que não te devem nada, e a quem tu não deve nada. Mas pessoas que te conhecem (pouco, mas conhecem) e atribuem algo que tu nunca te atribuiu, ou que a própria família nunca valorizou, é ainda mais difícil. E família é complicado. É aquela troca inexistente, porque tudo que a gente acha que precisa, quando recebe, nota que não era uma necessidade; quando a gente não recebe, sofre e nunca entende a total razão de ser. Críticas vindas desse lado sempre abalam mais, mas a inexistência delas incomoda mais a fundo. O pior, ainda, é a incompreensão... porque é impressionante: por mais clara que se tente ser, ninguém é capaz de compreender a tua real essência. Pô, eu sou uma boa felina; eu deixo um rastro... eu tenho essência! Esse ano fez eu descobrir esse gatinho que raramente ronrona dentro de mim, e eu me orgulho totalmente dele. E isso fez esse ano, por mais que o saldo tenha sido negativo ao extremo (perdendo apenas para os anos de crise de Kika Freitas) fechar com uma balança positiva...

...De repente, seja isso que eu estou fazendo aqui...



*** Que 2005 feche com uma balança melhorzinha que 2004 para todo mundo!!!***

terça-feira, dezembro 21, 2004

Bem, faz muito tempo que não escrevo... talvez por não ter o que escrever, talvez não... mas sabe? Ainda não sei ao certo...
Bem, acho que tenho que repartir com o mundo a felicidade da nova adoção da facção inteligente e não fumante da Família Freitas, o Gemada. Nosso novo gato laranja... inaugurando (acho) uma nova linha felina na casa...

Mas não vou difundir as minhas idéias de gatos hoje... acredito ter coisas mais importantes para ressaltar... ou não... acho que continuo sem saber ao certo...

Na real, acho que qualquer (suposto) leitor pode notar que não sei de mais nada... talvez, porque essa é a minha verdade natalina: eu só sei que nada sei.
É complexo demais, ultimamente, pra eu entender as coisas às quais me sentencio ultimamente... as pessoas a quem me vinculei (que tenho muitas críticas pessoais a respeito; o meu agir com certa censura me incomoda, bem como compreendo certos tabus de qualquer tipo de relacionamento), bem como as antigas amigas... é difícil passar pelo meu caminho hoje, porque tudo eu critico e questiono...
Inclusive eu! Na verdade, a verdade externa é a minha verdade interna! E a minha infantilidade me faz pensar que todos têm de ser como eu nesse quesito, e me decepciono quando não o são.

É complexo... talvez se eu visse nas pessoas esse esclarecimento (porque tenho me sentido apta a ser feita de idiota de novo, e não sei se agüentaria um novo trauma desses) a meu respeito, eu me livrasse do meu preconceito quanto as minhas situações bizarras e aos meus tabus... Sabe? Isso não passa de uma crise de carência... vejo minhas amigas casando, ou em relacionamentos bem estáveis, e não que eu sinta falta de um namorado, mas AS VEZES todo mundo sente! O Garfield dizia que o Natal é a época que é necessário o conforto e o amor, e acho que é verdade. E amor incondicional, que querendo ou não é o que eu busco em qualquer relação, só recebo do meu Crô... o único ser capaz de criticar, mas não censurar ou abster.

É difícil... minha casa ta um caos, minha vida não engrena (e, muito menos, da forma que eu quero para ela), é época de Natal e isso, ainda, sempre gera um vazio. Sinto falta de papai, das brigas absurdas e fúteis na hora da ceia. Saudosismos medíocres que me sustentam depressivamente num período ruim a mais no ano... Por sorte (ou azar) sempre existe Marina Beach... e esse ano será uma dúvida a mais, visto que o pessoal do portfolio é de lá.

Mas, diante desse panorama, posso dizer que, mesmo que eu reclame tudo o que eu posso, eu estou muito feliz. Eu posso questionar a tudo e todos, aos sentimentos de tudo e todos, mas eu estou bem como nunca estive... Amar é bom, e se sentir amada é uma preciosidade nessa vida... pode ser por um gato, um irmão, um amigo... fraternalmente, carnalmente, sexualmente ou amigavelmente... indiferente! Apenas ter essa certeza ja nos torna feliz, e reciprocidade é um milagre nessa vida...

E vou terminar com uma letra de música... (não, não é Eduardo e Mônica... hahahaha)
... do grande Frank Jorge...

Ja me Cansei
Eu ja me cansei de imaginar você aqui
Tudo o que eu precisava era uma namorada sorrindo pra mim
Não, não faz mal, se então eu ficar assim
Não, não faz mal, sei que você vai lembrar de mim
Mas eu tenho esperança de encontrar um motivo qualquer
Não vou ficar pelos cantos imaginando um amor sem razão
Não, não faz mal, se então eu ficar assim
Não, não faz mal, sei que você vai lembrar de mim
Veja quanta coisa ja deixamos de fazer
Não vou esperar alguma coisa acontecer
Acredito não escrever mais até o Natal, então vou continuar na mentalidade Garfield... e mais um quadrinho reflexivo dele...
"O espírito do Natal não é o dar nem o receber... é o gostar... FELIZ NATAL"

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Sabe aqueles dias em que se quer escrever, pra ver se é possível assim tirar um peso das costas, mas não se sabe o que escrever? Pois é; hoje é um dia desses.
Acho que ta tudo meio insano na minha vida... to extremamente confusa, e o que uma semana atrás era certo e coerente, hoje já não o é. Isso meio que me preocupa, porque sempre me vi certa de mim mesma, e hoje acabei provando por A+B que essa minha linearidade dura... uma semana!
Ta, não é bem assim. Apenas acho que sou muito hábil para manipular as pessoas, mesmo sem querer; e quando menciono outras pessoas, isso inclui eu mesma.
É péssimo se deparar com uma realidade que se acreditava ser falsa; mas acho que todo mundo acaba sendo meio assim... apela-se para todas as armas para se comquistar um alvo. Mas esse é o ponto: quando a gente determina qual o nosso alvo? Melhor ainda, quando se sabe se é mesmo viável se atingir tal alvo?
Acho que isso ta parecendo uma crise de insegurança ou de dor de cotovelo, mas não é bem assim... é apenas uma nova crise de identidade! Simples! É quando eu me deparo (como em todo final de ano) que não passo de uma reclamona da vida, que dramatiza tudo e elimina muito pouco do que devia ser eliminado. É como se fosse uma faxina interna, e ela sempre acaba meio mal sucedida. Eu raramente toco podres no lixo.
Então, queridos leitores (que eu sei que são vários e fiéis, por mais que não postem porra nenhuma), eu não sei o que declarar... sei que não estou satisfeita com nada. Espero realmente que seja a TPM que falei semana passada (e que não foi "aliviada" ainda, malditos ovários!), mas acho que nada anda satisfatório. E como ando muito exigente, imagina só? Se não chegou a nível satisfatório, falta quanto para chegar ao ótimo?
Falta eu achar as minhas soluções sozinhas, sem depender de ninguém, porque normalmente me dou mal quando espero atitudes maduras das pessoas que me pedem (ou exigem) as mesmas; falta eu me argumentar a ponto de largar meu passado obscuro e obtuso, porque eu sei que isso me trava horrores; falta me definir como ser, indiferente de mulher, assexuada ou pan-sexual, mas apenas como indivíduo que tem emoções, pois parece que as pessoas não vêem isso ultimamente.
Taí! Achei meus pedidos de ano novo, para fazer a meia noite pulando ondinhas em Marina Beach... espero que até lá eu não crie novos dramas para acrescer...